quinta-feira, 29 de março de 2012

A curiosa história da embalagem do chocolate dos padres


Quem não conhece a imagem acima? Ela estampa o rótulo do famoso Chocolate do Padre, o chocolate em pó da Nestlé, usado para fazer bolos e tantos outros doces. Mas você faz ideia da história dessa imagem? Originalmente, ela é um quadro, feito pelo pintor italiano Alessandro Sani, que ficou conhecido na segunda metade do século 19 por suas telas com temas típicos da vida popular.

Acontece que, nesta pintura, chamada "O Prato Preferido", o que Alessandro quis retratar não era um momento de degustação de chocolate, nem mesmo de um doce. No quadro original, o que os dois fradres estão cozinhando e provando é, na verdade, um frango, como é possível ver na imagem abaixo.


A pintura serviu de inspiração porque era muito comum, no século passado, ligar os padres ao pecado da Gula. Ela foi usada na embalagem do chocolate desde o seu lançamento, feito pela Chocolate Gardano S.A., fábrica que surgiu em 1921 e em 1957 foi comprada pela Nestlé. A marca Dos Padres foi registrada pela empresa em 1991 e, quatro anos depois, o quadro original foi comprado, e hoje se encontra no Centro de Memória que fica na sede da Nestlé.

Parece um absurdo que uma travessa com frango tenha sido trocada por uma travessa com chocolate? Pois há quem misture, isso mesmo, misture os dois. O Mole Poblano, prato típico mexicano, já era feito por freiras no século 17, e até hoje é uma das receitas mais tradicionais do país. À base de chili, consiste em um frango cozido e banhado por um molho (tradução de mole) que leva chocolate, com o intuito de equilibrar os sabores dos 25 ingredientes que são unidos para formá-lo, e também para dar espessura, juntamente com o pão. Embora hoje seja feito com galinha, as receitas antigas pedem um pequeno peru mexicano de nome guajolote. Se o que você precisava era de uma nova receita com chocolate para essa Páscoa, está aqui uma sugestão inovadora e surpreendente, que você pode degustar relatando para os convidados a curiosa história da embalagem do Chocolate do Padre.

A atual embalagem do Chocolate dos Padres

Receita de Mole Poblano

Ingredientes:
1 galinha (ou peru guajolote)
500 ml de caldo de galinha
50 g de pimenta mulato
75 g de pimenta pasilla
75 g de pimenta ancho
50 g de banha de porco
100 g de cebola branca picada
1 dente de alho
20 g de uva passa
20 g de amêndoas
10 g de gergelim
5 g de erva-doce
5 g de cravo-da-índia
5 g de pimenta-do-reino em pó
1 tomate tipo débora
50 g de pão frito
50 g de chocolate picado
Sal e açúcar a gosto
 
Modo de preparo:
Cozinhe a galinha/peru no caldo e reserve. Afervente as pimentas em água para suavizar. Coloque a banha na frigideira e refogue a cebola, o alho, as passas, as amêndoas, metade do gergelim, a erva-doce, o cravo-da-índia e a pimenta-do-reino. Junte o tomate descascado cortado em cubos, o sal, uma pitada de açúcar e o pão frito. Por último, adicione o chocolate picado. Deixe cozinhar por alguns minutos e adicione as pimentas aferventadas. Cozinhe mais um pouco, desligue o fogo,  espere esfriar e bata tudo no liquidificador. Despeje a mistura em uma panela de barro e deixe cozinhar até levantar fervura, adicionando a galinha/peru nos minutos finais, para esquentar. Finalize salpicando o restante do gergelim e sirva a seguir.

quinta-feira, 22 de março de 2012


Eu quero o umbu aqui!

Na edição de hoje do caderno Paladar, do Estado de S. Paulo, a matéria de capa fala sobre estudos do governo que podem alterar o tipo de rolha que sela os vinhos brasileiros. Mas o que se destacou mais para mim foi a matéria escrita por Neide Rigo, sobre o umbu. A repórter visitou um festival dedicado à fruta que acontece na pequeníssima cidade de Uauá, na caatinga baiana, e traz um bom apanhado de informações.

Ela conta que, antes, só se comia umbu na safra, de janeiro a abril. Mas, desde que foi criada uma cooperativa de mulheres que começou a proteger a fruta, passaram a plantar mudas o ano todo. Hoje, os umbuzeiros crescem apesar da seca no local, que já atinge quatro anos. E, colhido pelas mulheres da cooperativa, se torna geleia, doce, compota e até vinagre – que, segundo a repórter, é surpreendente, “quase um aceto balsâmico do sertão”.

Mas há um “mas”. Eu sempre leio sobre esses produtos novos, ou muito antigos, como as celebradas goiabadas de Minas (objeto de disputas gastronômicas entre jornalistas do Paladar). MAS o fato é que, na prática, encontrar esses produtos é sempre um “parto”, pois a produção é em pequena escala e longe dos grandes centros. Então, já vou adiantar uma ideia que está tomando forma: vamos organizar uma Feira Gourmet com esses pequenos produtores, que será permanente, todo domingo aqui em São Paulo, na charmosíssima Villa San Pietro, onde fica a nossa Livraria Gourmet. Aí, sim, vai ser uma maravilha ler sobre o umbu e poder ir lá experimentar. O que acham?

quinta-feira, 15 de março de 2012

Para cervejar


Amantes das cervejas, corram a uma banca! A edição de hoje do caderno Paladar, do jornal O Estado de S. Paulo, está para vocês. A matéria de capa, com a chamada Peça em qualquer língua, escrita por Roberto Fonseca, traz um apanhado das chamadas cervejas especiais de várias nacionalidades que já são vendidas no Brasil. Ele enumera quase 30, divididas entre amargas, adocicadas, de trigo, belgas, louras e escuras.

O meu (já bem lido) exemplar da edição de hoje do caderno Paladar

O repórter faz um comparativo das cervejas de cada categoria mais consumidas por aqui, como a Heineken (loura), a Guinness (escura) e a Erdinger (de trigo) e dá mais três opções de rótulos, menos conhecidos mas tão bons ou ainda melhores que as famosas.

No texto, ele fala de como as seções do mercado com seus pacotões de cervejas a preços mais populares estão aos poucos perdendo espaço para as prateleiras que abrigam essas marcas diferenciadas. Geralmente produzidas por pequenas cervejarias de vários países, são mais caras mas também mais saborosas e isso está finalmente sendo descoberto pelos consumidores. Além disso, a matéria traz conselhos e ensina técnicas para quem quiser se iniciar nessa arte cada vez mais apreciada da degustação cervejeira.

Se o assunto te apetece, leia, aprenda e vá às compras mas beba com moderação!

quarta-feira, 14 de março de 2012

CookLovers cria receitas em parceria com a Kraft Foods


Notícia boa! A partir deste mês, por meio de uma parceria que fiz com a Kraft Foods, a Confraria CookLovers começa a desenvolver receitas inéditas e exclusivas com dois produtos da companhia de alimentos: o cream cheese Philadelphia e o fermento em pó Royal. São pratos para diversas situações e com diversos sabores, sempre contendo como ingrediente elementar um dos dois produtos, ambos já solidificados no mercado e utilizados por renomados chefs em todo o País – e pelos amadores também.

Além de comandar a criação das receitas, também passei a ser um dos mediadores da página do cream cheese Philadelphia no Facebook (http://www.facebook.com/PhiladelphiaBR), respondendo às dúvidas sobre receitas dos consumidores internautas.

Enquanto isso, de nossa cozinha experimental, eu e minha equipe de profissionais gabaritados das áreas de nutrição e gastronomia já desenvolvemos mais de dez receitas, fáceis de fazer e de dar água na boca. Uma delas, um assado de banana e coco com Philadelphia, é uma sobremesa com toques brasileiros e contraste nos sabores. O bolo de chocolate e cereja feito com fermento em pó Royal também é imperdível e aqui, a gente divide com vocês, Cooklovers, essas delícias! Mais informações sobre os produtos você encontra nos sites www.philadelphia.com.br e www.fermentoroyal.com.br.

Assado de banana e coco


Ingredientes

1 embalagem de cream cheese Philadelphia

3 colheres (sopa) de açúcar

¾ de xícara (chá) de leite

5 bananas-prata

100 g de coco em flocos


Modo de preparo

Em uma tigela, misture o cream cheese Philadelphia com o açúcar e o leite, até ficar uma massa homogênea. Descasque e corte as bananas em rodelas e arrume-as em um refratário. Despeje a mistura de leite sobre as bananas e polvilhe o coco em flocos. Leve ao forno preaquecido em temperatura média e asse por 20 minutos, ou até o coco dourar e as bananas ficarem macias. Sirva quente.

Rendimento: 5 porções

Tempo de preparo: 30 minutos


Bolo de chocolate com cereja

Ingredientes

Massa

1 xícara (chá) de água quente

2/3 de xícara (chá) de cacau em pó

1/2 xícara (chá) de leite

2/3 de xícara (chá) de geleia de cereja

1 xícara (chá) de manteiga em temperatura ambiente

2/3 de xícara (chá) de açúcar mascavo

2/3 de xícara (chá) de açúcar refinado

4 ovos

1 pitada de sal

2 xícaras (chá) de farinha de trigo

2 colheres (chá) de fermento em pó Royal

Cobertura

90 g de chocolate meio-amargo picado

1/2 xícara (chá) de geleia de cereja

1/3 de xícara (chá) de creme de leite fresco


Modo de Preparo

Massa

Misture, com um batedor de arame, a água, o cacau, o leite e a geleia. Reserve. Na batedeira, bata a manteiga com os açúcares até ficar cremoso e junte os ovos, um de cada vez, batendo bem. Acrescente o sal, a farinha de trigo intercalada com a mistura de geleia reservada e, por último, o fermento em pó Royal. Passe para uma fôrma pequena untada e enfarinhada e leve ao forno preaquecido em temperatura média por 40 minutos. Deixe amornar.

Cobertura

Em uma panela, coloque o chocolate picado, a geleia de cereja e o creme de leite. Leve ao fogo baixo, mexendo sempre, até o chocolate derreter e ficar um creme homogêneo. Deixe amornar. Desenforme o bolo e despeje a cobertura sobre ele.

Rendimento: 8 porções

Tempo de preparo: 30 minutos

Tempo de forno: 40 minutos

quarta-feira, 7 de março de 2012

Dois livros brasileiros são premiados em Paris


Na noite desta terça-feira, dia 6 de março, aconteceu no Theatre Folies Bergère, em Paris, a noite de abertura oficial da Paris Cookbook Fair com o anúncio dos vencedores do Gourmand World Cookbook Awards, que premiou 79 livros de gastronomia de todo o mundo. Entre os 283 finalistas, estavam dez brasileiros, e dois deles levaram o prêmio em suas categorias: O Ganso Marisco e outros papos de cozinha, de Breno Lerner (Melhoramentos), na categoria Literatura culinária, e Saveurs du Brésil, de Sergio Coimbra (Studio SC – Olo editions), na categoria Fotografia (leia mais sobre os vencedores abaixo).

Os dois livros que carregam o selo da editora Boccato, Gourmet & Sustentável (concorrendo por Filantropia – América Latina, feito em parceria com a ONG Banco de Alimentos) e Sabores Brasileiros (por Corporativo, lançado em comemoração aos 100 anos da Tramontina), ficaram respectivamente com o segundo e o terceiro lugares em suas categorias.

O chileno Gastronomia Patagonia (do selo Gourmet Patagonia), de Francisco Fantini, foi eleito o Livro do Ano de 2011. A lista completa de vencedores está disponível no site da feira (www.cookbookfair.com), que abre hoje suas portas ao público.

Nós da Editora Boccato e da Confraria CookLovers parabenizamos todos os vencedores, especialmente os brasileiros, pelo belo reconhecimento!

Categoria - Literatura culinária:

O Ganso Marisco e outros papos de cozinha (Melhoramentos)



Clique aqui e adquira este livro.

Este livro conta a origem da nossa comida, o que os astros de Hollywood comiam anos atrás, e ainda, que tipos de temperos, ingredientes e pratos foram servidos no último jantar fatídico do Titanic, estas e outras histórias curiosas podem ser conferidas de forma muito bem humorada na obra de Breno Lerner.

Lerner reúne em um único livro de culinária, história e bom humor. O autor, que não se intitula um cozinheiro, apenas um contador de histórias que aprendeu a cozinhar para melhor ilustrá-las, apresenta uma obra primorosa com 36 contos, desvendados de forma agradável e divertida, permitindo ao leitor conhecer e entender um pouco melhor o que se come e porquê. Ainda que não se proponha ao rigor científico, a obra possui riquezas de detalhes adquiridos por meio de muita pesquisa ao longo de 15 anos, das viagens de Breno pelo mundo e de sua paixão pela culinária. Embora não seja um livro de receitas, Lerner oferece algumas exclusivas, dignas dos deuses.

Categoria – Fotografia:

Saveurs du Brésil (Studio SC – Olo Editions)

O primeiro livro de Sergio Coimbra não tem título, introduzindo a idéia principal logo na capa: as fotos são a expressão máxima desta obra! A narrativa assume forma quando o fotógrafo embarca em uma aventura gustativa e sensorial, onde vive, prova e captura a alma dos pratos, as idéias dos chefs e suas motivações. Coimbra observa a genialidade, a paixão dos grandes profissionais da cozinha nacional e internacional e as mensagens implícitas em suas composições culinárias. O livro é composto de uma narrativa fotográfica, onde dois livros, ambos com 127 páginas, podem ser abertos simultaneamente formando duetos ou quartetos de imagens.

O livro, que contém a introdução em inglês da chef e jornalista Luciana Bianchi foi produzido em uma serie limitada de 1000 exemplares numerados sem distribuição comercial. A obra foi enviada a chefs e profissionais que dedicam suas vidas a arte culinária e a gastronomia nacional e internacional. (www.studiosc.com.br)

terça-feira, 6 de março de 2012

É hoje!



Há quase um mês falei aqui da importância da literatura brasileira, do crescimento das vendas de livros no País e de como nós, da área gastronômica, precisamos estar cada vez mais dentro desse mercado. No mesmo texto, falei ainda de uma das feiras mais importantes do setor, a Paris Cookbook Fair. Pois acontece hoje, no Theatre Folies Bergère, em Paris, a noite de abertura oficial desse evento, com o anúncio dos vencedores do Gourmand World Cookbook Awards, uma espécie de "Oscar da Gastronomia Literária”.

Nesta edição do concurso, 283 finalistas competem por 79 prêmios, e o critério para definir os vencedores, segundo os organizadores, é a qualidade, e não as vendas. Entre os livros finalistas, temos 11 brasileiros, número que praticamente dobrou ao prêmio relação a 2010, quando foram seis, repercutindo essa explosão de vendas que se observa nas livrarias brasileiras. E não se trata apenas de obras de culinária regional e receitas étnicas; são, no geral, livros que espelham cultura, técnicas e pesquisas, conferindo um destaque internacional digno de referência.

Em geral, em cada categoria disputam de quatro a cinco livros, escolhidos entre todos os milhares de inscritos. Para se ter uma ideia, no total foram enviadas mais seis mil obras, das quais apenas 283 foram selecionadas para a etapa final. O Brasil foi o país que mais cresceu entre os finalistas (85%), e a América Latina como um todo ainda alcançou o topo, desbancando os países europeus e asiáticos, tradicionais finalistas.

Ganhar um prêmio em uma das 36 categorias é uma distinção que pode fazer vender muito mais cópias do livro, facilitar o interesse por editoras para traduções em outros países e até abrir as portas para uma adaptação no cinema, por exemplo. E o que não nos falta é torcida! A editora Boccato, parceira número um do Blog e da Confraria CookLovers, tem duas de suas obras na disputa: Sabores brasileiros, lançado em parceria com a Tramontina, que concorre na categoria Corporativo; e Gourmet & Sustentável, lançado pelo selo CookLovers, concorrendo na categoria América Latina (veja mais sobre os livros abaixo).

Por isso, estarei acompanhando o evento ao vivo com minha equipe, e assim que a premiação acontecer informaremos os resultados a você, leitor. Contamos com sua torcida também!


Categoria – Corporativo: Sabores brasileiros (Tramontina – Boccato)

A obra coordenada pelo editor André Boccato apresenta a gastronomia brasileira como ela é, com toda sua complexidade, diversidade e beleza de ingredientes e tradições vindas dos povos indígenas, africanos e europeus. Todos os textos aparecem também em uma versão em inglês.

Com a colaboração de Luiz Fernando Veríssimo, Ignácio de Loyola Brandão, Siron Franco, Ana Rita das Dantas Suassuna, Thiago de Mello e Ana Cecília Mazzilli, o livro foi desenvolvido em celebração de 100 anos da Tramontina.

Reunindo culturas e características da culinária local de cada região do Brasil, é composto por lindas fotos e 41 receitas típicas de todas as regiões (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte), que te levarão a um pedaço do mundo dos sentidos da gastronomia brasileira.


Categoria – América Latina: Gourmet e sustentável (CookLovers)

O livro Gourmet & Sustentável: cozinhando com as partes não convencionais dos alimentos, é fruto do trabalho desenvolvido pela ONG Banco de Alimentos, que é protagonista na luta contra o desperdício de alimentos e a insegurança alimentar desde 1998, com ações de educação e cidadania.

Ao longo dos dez primeiros anos, a ONG Banco de Alimentos arrecadou e distribuiu mais de 3,5 mil toneladas de comida, garantindo que alimentos que seriam desperdiçados chegassem a um grande número de pessoas necessitadas. Esta obra é a união de receitas criativas e saborosas, com o objetivo de incentivar a prática da gastronomia sustentável em preparações gourmets diversificadas, contribuindo para a mudança de cultura no preparo e na utilização dos alimentos.

Para comprar esses e outros livros, visite o site www.livrariagourmet.com.br.