quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Para ler e se deliciar


No caderno Paladar de hoje, do jornal O Estado de S. Paulo, li a coluna do Dias Lopes sobre sanduíches logo pela manhã e me deliciei com memórias degustativas da Cidade do Porto, em Portugal, um berço gastronômico do nosso sabor nacional – mas pouca gente sabe disso.

A coluna fala de sanduíches, em especial do famoso sanduíche Francesinha, classificado pelo site AOL Travel como um dos dez melhores do mundo. Como sempre, "O melhor de tudo" traz informações que vão além do comum, do que todo mundo diria sobre um prato ou ingrediente. Com a leitura da coluna de hoje, é possível concluir: até sanduíche tem história!

Lembrei-me do livro Os cadernos de cozinha de Leonardo da Vinci (Ed. Record, 2004), o chamado Códex Romanoff, coletânea de manuscritos supostamente encontrados na década de 1980. Na pagina 113, aparece o seguinte texto:

“Pensei em colocar uma fatia de pão entre duas fatias de carne. Como chamaria esse prato? Estive meditando um pouco mais sobre a carne e o pão. O que aconteceria se colocasse um pedaço de carne entre duas fatias de pão? Como chamaria esse prato?”

E então? Terá sido Leonardo da Vinci o inventor do sanduíche?

Continuando a falar sobre o caderno Paladar, a matéria de capa de hoje é um prato cheio para quem gosta de mortadela (Eu! Eba!!). Essa também vale a pena: é completa, interessante e de deixar com água na boca.

Na última página, ainda fui surpreendido por outro texto com tema instigante: drinks aromatizados com fumaça! Um artigo vindo do The New York Times que explica um pouco da técnica feita pelos mixologistas e ensina, inclusive, um passo a passo de como “defumar o seu drink”!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A exótica Tailândia


São muitos os motivos para fazer uma viagem turística à Tailândia. As praias, as cores, a cultura forte, a arquitetura com construções em ouro. Mas isso não é tudo o que atrai visitantes até lá. Pouca gente faz ideia de como o país é procurado por gourmands. A razão disso: os tailandeses sabem o sucesso que fazem mundo afora com sua culinária local. Tanto que passaram a dar aulas em casa. Na verdade, em casa ou em qualquer lugar que tenha uma cozinha. Todo grande hotel tailandês, por exemplo, tem uma escola de culinária em tempo integral, com chef especializado em ensinar, tamanha a procura. Os spas orientais, com suas famosas massagens, já não são os mais procurados: tornaram-se, acredite, uma opção para quem acompanha os gourmands.

Se você pretende conhecer, aprender e degustar o país, as escolas do tipo cooking class são, hoje, a melhor alternativa. O diferencial está na assistência sempre gentil e zen dos mestres do sabor thai. Opte por cursos de culinária nos hotéis, nos quais os chefs são preparados e têm tudo planejado e impresso. Outra dica: a diferença de sistema de medidas confunde mesmo, portanto, leve consigo uma daquelas tabelas de conversão. Mas a primeira providência antes de ir para a Tailândia é verificar seus conhecimentos de inglês. Se for razoável, até dá para encarar um roteiro de aulas + restaurantes + passeios. Porém, saiba que os locais "acham” que falam inglês. O sotaque é tamanho que, depois de alguns dias, parece mais fácil entender o tailandês mesmo...

Entendendo o conceito


A tradição culinária tailandesa é baseada em cinco "sensações de sabores”: apimentado, azedo, salgado, doce e agridoce. Para eles, é fundamental que tais elementos aromáticos estejam presentes e concomitantes em uma refeição e em pratos variados. Todos costumam se servir em mesas coletivas. A autêntica refeição tailandesa é familiar ou em grupos. Nasceu para ser compartilhada, e você deve degustar "o conjunto da obra”. As famílias jantam juntas todas as noites; os amigos saem em grupo para comer. A individualidade ocidental não faz muito sentido aqui. A ordem cultural budista exemplifica o share, o compartilhar.

Com muitas influências da Índia, do Japão e da China, os tailandeses só não usam os famosos hashis (pauzinhos de madeira). A base aqui é o sutil, o aromático, o performático e, principalmente, o choque sensorial. A coisa gira em torno de misturar o doce com o salgado, salgado com ácido, doce com picante... Tudo vai com quase tudo! Para quem não está acostumado, a pimenta assusta e parece dominar o taste local, mas representa só um quinto das opções. Na verdade, ninguém se opõe a diminuir a porção de pimenta. Aliás, a picância é muito bem indicada nos menus através de sinais claros de uma, duas ou três pimentinhas ao lado do nome do prato. Nas fortes, vai quem quer. Só para completar: de gengibres existem três tipos na Tailândia, de pimentas, são centenas.

Mas vamos falar do roteiro indicado pela Versatille e também pelo casal Cyro Sá e Marina Pipatpan – ele, brasileiro de coração thai, ela, tailandesa de coração "brazuca” –, ex-proprietários do famoso Mestiço (entendeu o nome?) em São Paulo. Se você for por conta própria, programe-se para um período mínimo de 10 a 12 dias, pois a viagem de avião é longa e as atrações não compensam uma visita às pressas. Veja os fusos e calcule uma diferença de 12 horas do Brasil. Sugiro começar no norte do país e descer até o litoral. É claro que você chegará no aeroporto de Bangkok, mas de lá mesmo pode fazer conexão para a cidade de Chang Mai.

Comece pelo norte

Chang Mai fica a cerca de 1 hora de voo de Bangkok. Lá, ficamos no fantástico e maravilhoso Four Seasons Chang Mai, um hotel resort que recria o ambiente rural "arrozeiro”, pois no entorno está um arrozal. Construído horizontalmente, em chalés de luxo com varandas para as refeições, e recebendo muitos turistas norte-americanos, o hotel, apesar de estar sempre lotado, não transparece nenhuma agitação. É silencioso, e a devoção à natureza se evidencia pelas inúmeras obras de arte e arranjos de flores – frescas, naturais, lindas – espalhadas por toda a parte.

Prato do Hotel Four Seasons Chang Mai

O atendimento seis estrelas é divino! Se você é brasileiro, na manhã seguinte à sua chegada, um jornal em bom português estará na bandeja do café. Depois de acender um incenso (à disposição no quarto) na varanda do apartamento, só para sentir o clima de chegada, a primeira coisa a fazer é agendar as aulas de culinária com o chef Pitak Srichan. Simpático, divertido e muito bom professor, vai ensiná-lo a dar um show de cozinha thai no Brasil. As aulas são na Cooking School, um local imponente, quase como se fosse uma faculdade profissional, porém com o charme tailandês. Logo de cara a dica é se dirigir ao espaço para rituais (uma casinha com divindades representadas) e queimar um incenso: para pedir inspiração, proteção para não se cortar ou queimar e, principalmente, concentração para entender o confuso inglês com sotaque(!).

Pitak começa com um show de habilidades e prepara muito rápido pequenas porções de antepastos que lhe serão ofertadas para degustar. Cada um recebe seu kit com ingredientes separados e há um cooktop por aluno. São turmas de no máximo oito participantes, com o chef e sua equipe indo de fogão em fogão, prestando assistência, tudo muito profissional, tal como as aulas que vi no Ritz Scoffier ou no Cordon Bleu, em Paris. Pode-se "comprar” os módulos por dia, com cerca de 3h/aula, seguidos de um almoço ou jantar.

Chef Pitak Srichan, de Chang Mai

Ainda dentro do Four Seasons, particularmente recomendo experimentar Hoi Shell Pad Prig Pao e Goong Mae Narm. Que pratos são esses? Confesso que é tudo complexo e difícil de anotar... Na dúvida, chame o chef, ele explicará com simpatia. No Four Seasons, quem comanda a cozinha é Rewat Srilachai. Nem pense em deixar de provar as saladas típicas do norte, como a Larb Moo (porco com ervas frescas e arroz em ninhos) e a Naem, que é uma espécie de linguiça azedinha. Experimente também uma variação da Kaow Soi, a sopa típica do norte, no excelente Daratevi Oriental Hotel, da mesma rede do Mandarin Oriental. No Daratevi também há ótimos professores de culinária. Ainda em Chang Mai, se for domingo, visite o Sidewalk Bazar. Pode- se comer nas barracas de rua. Outra dica é o Museu do Ópio. Se sobrar tempo, passe nas lojas de artesanato e prata na San Kamphaeng Road e, depois, almoce no Baan Suan: boa comida com jardins suntuosos e uma piscina para quem quiser se refrescar! Mais uma atração em Chang Mai? Elefantes! Faça uma visita ao parque deles. Por fim, lembrando que nós, gourmands, não somos apenas turistas, antes de ir embora, prove a Larb Kua Pla (peixe com chili). E "segura, peão”, pois a pimenta é da "braba”!

Bangkok de Tuk Tuk

Tuk Tuk é um nome onomatopeico para aqueles triciclos fechados que estão por todos os lados na frenética cidade de Bangkok. E eles são mesmo uma graça para nós. Bangkok era cidade portuária do antigo Sião, que caiu nas mãos da Birmânia no século 16 e foi resgatada em 1782 por Rama I. O novo rei inaugurou a dinastia que está até hoje no poder e transformou a cidade na capital do reino. O atual rei Rama IX está no poder há 59 anos e talvez seja o mais antigo soberano depois da rainha da Inglaterra. Muito popular, sempre soube valorizar a cultura local e, por ser um amante da boa comida, tornou-se um promotor da cozinha thai.

Com uma forte vocação budista de bem receber, a impressionante indústria de turismo tailandesa causa inveja para nós, brasileiros. Em Bangkok, fiquei hospedado no clássico Mandarin Oriental, uma pérola de luxo e do estilo de viajar. Fundado em 1876, o local recebeu – e continua recebendo – celebridades do mundo todo. Seus 393 luxuosos aposentos e suítes foram totalmente reformados em estilo clássico contemporâneo, e o local conta com dez restaurantes de vários estilos, entre eles os famosos Sala Rim Naam (imperdível, com salão de baile e danças típica clássicas) e Terrace Rim Naam, que serve a mais tradicional thai cuisine em um ambiente de glamour absoluto! Para ir ao Sala, que pertence ao Mandarin mas fica em outro endereço, deve-se pegar um barquinho típico, do qual se desembarca bem no jardim. Observe o horário da reserva, pois um show de danças típicas antecipa o jantar-degustação. Adorei tanto que retornei outro dia e pedi a la carte: impecáveis peixes sugeridos pelo maître acompanhados de cerveja!

Hotel Mandarin Oriental, em Bangkok

A Cooking School do hotel tem seu próprio chef-professor, que aqui se chama Narain Kiattiyotcharoen. Mister Ki, nosso teacher, ensinou em uma private class a fazer dois pratos rápidos. Foi um show, um charme. Só vendo mesmo para sentir. Nos aventuramos com o Yam Som-O e o Khao Nio Piak Lumyai. O primeiro trata-se de uma espécie de salada, e o segundo, uma sobremesa de arroz e lichia. Depois, muito cooconut flesh, base de tudo em Bangkok, folhas de lima (o olfato não para de trabalhar na aula), ervas e curry em pasta; enfim, uma pirotecnia de aromas explosivos.

Prato preparado por mim na Cooking School do Four Seasons

Thai de rua

Preparação típica de barraquinhas do mercado municipal

Além dos hotéis e restaurantes infindáveis, Bangkok é a capital mundial do streetfood, das barraquinhas de comida ao ar livre, nas quais você pode comer com toda a segurança, pois é tudo muito fresco e limpo. É tão bem organizado que existe até cotação nas barraquinhas: repare que pode ter um, dois ou três potinhos pintados nas barracas. São as "estrelas”, avaliadas por gente de lá que entende do assunto. Então, delicie-se com polvo no espeto, siris apimentados e bananas carameladas e várias frutas exóticas, bem doces e diferentes das nossas.

Mercado fluvial de Bangkok

Outro programa obrigatório é ir ao mercado flutuante, o Talat Nam Damnoen Saduak, que abre de manhã. Muito movimentado, fica distante do centro. Vale a pena ir cedo para viver o clima autêntico e confuso do lugar. Tudo é feito nos barquinhos, coisa que encanta mesmo o turista. A comida no floating market não é exatamente para gourmets – a não ser que você esteja a fim de um prato feito ao estilo "fast food flutuante”. Mas o que eu comi estava bem gostoso e custou não mais que uns R$ 2. Vem servido no pratinho de plástico, honesto, popular e nutritivo. E não precisa de mais, porque aqui os sabores é que são a estrela que nos conduz por uma verdadeira e inesquecível experiência thai.

Prato típico preparado na hora no mercado fluvial de Bangkok

Restaurantes imperdíveis

• SirocCo, de cozinha mediterrânea e tailandesa: a vista de Bangkok de lá no fim do dia é deslumbrante!
• Sala Rim Naam, do Mandarin Oriental: combina um maravilhoso salão de dança típica com restaurante thai. Um programa inesquecível.
• Talingping, que fica no Pan Road: restaurante simples de cozinha tailandesa muito boa – recomendação dos experts Cyro Sá e Marina Pipatpan, confirmada por mim.
• Me and You: aposta em bufê de ensopados de arroz com uma infinidade de acompanhamentos. É de arrasar e traz ótimos Kao Soi e Kao Tom.
• Mayionpuri: dono de um belo terraço de decoração balinesa e de boa culinária thai, divide as honras da casa com pratos da cozinha internacional.
• Baan Pla Sot, em frente ao Forte Phra Sument: especializado em pescados, fazem peixes temperados e preparados de tudo quanto é jeito.
• Os tops Blue Elephant, Lanna Thai e Wyndham Thai são os mais caros e chiques, seguidos por Erawn Tea Room, Mahanaga, Ruen Malika, SUPATara e Naj, um pouquinho mais econômicos, e, por fim, o Kinnaree Gourmet Tai, de cozinha nota alta e custo baixo.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Adriano Kanashiro surpreende com seu novo Momotaro



Conheci o Adriano nos velhos tempos do Ayoama e desde então sou fã deste brasileiríssimo chef japonês. O que mais me impressiona é que ele, não sei bem como, faz a gente se sentir à vontade como se fosse em um bar, um boteco, mas sua comida vem com a maior das sofisticações, elaborada, divina, para ser lembrada! E no Momotaro (nome de um tomate japonês de sabor menos ácido que é curinga nas criações do chef), seu novo restaurante recém aberto na Vila Nova Conceição, novamente ele surpreende ao unir alta gastronomia e informalidade, ao combinar menu criativo, pratos de qualidade e clima descontraído.

A informalidade fica por conta da proposta de servir porções que podem ser compartilhadas, sem a rígida divisão entre entradas e pratos principais. É o mesmo “espírito” dos izakayas, os tradicionais botecos japoneses.
Mas tal descontração não tira a sofisticação e a criatividade em cada porção servida. É possível reconhecer a assinatura (de peso) de Kanashiro em suas criações. No Momotaro, sashimi não é “apenas” fatias de peixe cru: são fatias de salmão que enrolam finas tiras de pupunha, cobertas de ovas de mujol. Nos hossomakis, aqueles sushis fininhos enrolados com alga, hoje quase desprezados, o chef acrescenta novos ingredientes inusitados, como no caso do que leva aspargo, salmão skin, gergelim e raspas de limão siciliano. “O cardápio inaugural traz uma seleção dos melhores pratos da minha carreira”, diz Kanashiro.


Yakiniku e Battera maguro spice

Para degustar tais delícias, o ambiente projetado pelo arquiteto Roberto Kubota tem design marcante, arrojado mas acolhedor. São cinco ambientes com identidades próprias, mas que, no conjunto, ajudam a definir a personalidade da casa. No bar integrado à adega, por exemplo, é possível sentar-se aos lado de mais de 40 rótulos de saquês e interagir com os bartenders, invocando o clima izakaya do local. Com pé direito alto, forro retrátil e piso em deck de madeira, o terraço da frente gera uma integração (na medida) com o ambiente externo. Booths para quatro pessoas, mesas centrais para grupos maiores e sofás nas laterais compõem o salão principal, que fica próximo ao tradicional balcão de sushis.


Ambiente do Momotaro

Fui com minha filha na semana passada e fizemos um menu degustação que indico como fantástico: tartar de atum (com frois gras, molho teriyaki e figos) shake marinade (salmão, ovas de peixe voador), uragui baterá (enguia e molho teriyaki com abacate) e maguro to hotate (atum com vieiras grelhadas e laminas de abobrinha).

SERVIÇO

Momotaro
Rua Diogo Jacome, 591, Vila Nova Conceição Tel: (11)3842-5590 www.restaurantemomotaro.com.br
Aberto de segunda a sexta, das 12h às 15h; de segunda a quinta, das 19h às 0h; sexta 19h às 0h30; sábado, das 12h às 0h30; e domingo, das 12h às 23h30.

Clique aqui e conheça mais do portal Confraria Cooklovers

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Viagem Gastronômica - Paris fashion gourmand



Dividido por regiões, este é um guia para brasileiros conhecerem a cidade luz, ou melhor, a região dos sabores.

Região de Monmartre

Este bairro boêmio é berço da famosa vida noturna e hospeda o Le Moulin Rouge (82, Boulevard de Clichy), a Basílica du Sacrè Couer e o Cemitério de Monmartre, além de vários restaurantes charmosos e românticos. Visite a Gare du Nord e vá à filial da Hédiard (que tem oito pontos de venda em Paris), degustar terrines e docinhos; para chocolates, confira a Godiva na mesma rua. Também conheça a padaria (boulangerie, em francês) Paul, que faz parte de uma rede de alta qualidade.

Outras boas padarias na região são a La Bonne Fournée (151, Quai de Valmy) e a Du Pain et des Idées (34, Rue Yves Toudic). Um bom passeio de fim de semana é o Mercado de St-Quentin (no Boulevard Magenta), onde pode-se encontrar de tudo: vegetais, frutas, peixes, charcuterie e queijos. Funciona no sábado, o dia inteiro, e no domingo, só pela manhã. Não deixe de comer queijos na Fromagerie de Montmartre (9, Rue de Poteau). Compensa aproveitar a oportunidade ver as casas La Boucherie Nouvelle (13, Rue du Poteau) e Charcuterie de Montmartre (11, Rue de Poteau). Para comprar vinhos, passe nas Caves des Abbesses (43, Rue des Abesses).



Doces bárbaros ocupam espaço nos melhores gourmandises

Nesta região fica o Les Vignes de Montmartre (esquina Rue des Saules com a Rue Saint-Vincent); tratase de um pequeno e charmoso vinhedo que produz mil garrafas ao ano. Eles não abrem para o público. Se insistir muito ou tiver sorte de estar na cidade luz no primeiro domingo de outubro, durante a Fête des Vendanges você poderá entrar. A Rue Saint-Vincent leva o nome do padroeiro dos vinhos na França. Se sobrar tempo confira a Épicerie Velan (83-87, Passage Brady); a Coquelicot Boulangerie-Bistrot (24, Rue des Abesses); o Les Halles de Montmartre (15, Rue de Poteau) e a Rôtisserie – do mestre – Guillaume, ideal para quem gosta de foie gras (10, Rue du Poteau).


Região de Madeleine, Opéra, Champs-Elisées e La Tour Eifell



Lindos e deliciosos macarrons

Esta é minha região preferida, na qual se concentram as melhores lojinhas para o viajante gastronômico. É um verdadeiro paraíso gourmand na Terra. Difícil é resumir as dicas. Sugiro começar pela Place de La Madeleine, uma praça ao redor de uma igreja lindíssima. Ali, reúne-se o "PIB” da gourmandise francesa, começando pela internacionalmente conhecida Fauchon (26 e 30, Place de La Madeleine) que possui um salão de chá mais uma loja. Pode-se comer doces ou lanches deliciosos na calçada ou no salão interno e, ainda, comprar chocolates, biscoitos, drágeas, doces em geral e vinhos, muitos vinhos.

Há ainda, nos pisos inferior e superior, um moderno café-restaurante. Imperdível! Na calçada seguinte inicia-se uma série de lojas ótimas. A primeira é a Hédiard, fundada em 1850 (21, Place de La Madeleine), um lugar maravilhoso que permite o turista fotografar, coisa rara em Paris. Não volte ao Brasil sem ir a Hédiard, certo? Compre frutinhas frescas para comer no hotel, ou chocolates e guloseimas, ou vinhos, ou o que quiser, afinal, você está na Disneyland de sabores! Almocei lá, é caro, mas muito interessante. No jantar, é preciso fazer reserva.

Outra opção é a Hédiard da Printemps, que fica bem pertinho. Depois, ainda na Place de La Madeleine, visite a Maison de La Truffe (19, Place de La Madeleine), bom para compras e para almoçar e a Caviateria Káspia (17, Place de La Madeleine). Contornando a praça você encontrará a famosa Ladurée, com seus históricos macarrons. O salão de chá e doceria é dos mais antigos e requisitados, com filiais na Champs Elisées e outros quatro endereços. Ainda na mesma região, fica a Maille, uma boique de mostardas. Ali, é possível montar seu potinho escolhendo as mostardas na hora. Adiante estará, na mesma calçada, a famosa Lavínia, uma das maiores lojas de vinhos do mundo e onde, acredite, compensa comprar e embrulhar para viagem.

Nesta região há outros pontos imperdíveis como a Jean-Paul Hévin (chocolates), na ultrachique St- Honoré, perto da Angélina, que era o salão de chá adorado pela estilista Coco Chanel (226, Rue de Rivoli). Nos arredores fica a Dalloyau, famosa por seu Gâteau Opéra (101, Rue du Faubourg St- Honoré). Não perca por nada na Androuet (49, Rue St-Roch) a degustação de queijos maravilhosos.

Também passe na Maison du Miel (24, Rue de Vignon). Se precisar, "descanse” uma tarde inteira dentro da Lafayette Gourmet (Boulevard Hausmnn), a loja mais conhecida dos parisienses. Porém, nem todos sabem que no primeiro andar pode-se comprar azeites e guloseimas do mundo inteiro. O melhor da boa mesa está lá para provar na hora. Se você não tiver muito tempo em Paris, escolha entre a Lafayette ou a Grande Épicerie de Paris, que é outro monumento da gourmandise (68, Rue de Sévres). Satisfeito? Em Paris, a variedade é tamanha que você precisa de energia para ir ainda no Les Caves Taillevent, que conta com cerca de meio milhão de garrafas de vinho de qualidade (199, Rue de Faubourg St Honoré);

Região de Marrais, Bastille, Beaubourg e Les Halles

O Marrais, para quem não sabe, é um dos bairros mais charmosos de Paris – por mais redundante que pareça. Andar a pé nas ruas estreitas e interessantes, para nós, gastronautas, é imperdível. O salão de chá Mariage Frères, datado de 1850 é bom todos os dias mas, sobretudo aos domingos, torna-se especial (30, Rue du Bourg-Tibourg). Nesta linha há o Palais des Thés (68, Rue Vielle du Temple). Exótico mesmo e único é o Vert Absinthe, no qual prova-se e compra-se licores de flor do mal, entre outros absintos que tanto torturaram Bauldelaire, Van Gogh e outros artistas. Esta região de influência israelita conta com lojas inusitadas como a Izraël, de especiarias de todos continentes (30, Rue Franções Miron) e o Korcarz, uma padaria koscher (29, Rue de Rosiers).

Não deixe de visitar o Marché des Enfants Rouges, em funcionamento desde 1777 e o mais antigo mercado coberto de Paris (39, Rue de Bretangne). Na região da Bastille, perto da Place d’Aligre, fica o Marché Aligre, também interessante. Se você ama chocolate, vá no Cacao et Chocolat (36, Rue Vielle du Temple), ideal para dias frios. Há outros lugares famosos como a Stohrer (51, Rue Montorgueil), a mais antiga pâtisserie de Paris, fundada em 1730 e preferida da corte de Luis XV. Ali, os turistas fazem fila.

Aproveite quando estiver nesta rua para visitar o L’Escargot (38, Rue Montorgueil) e, nas proximidades, o Legrand Filles et Fils (1, Rue de la Banque) para os amantes de vinhos elegantes e raros. A loja A. Simon (36, Rue Etienne Marcel) é perfeita para comprar artigos de cozinha que não existem no Brasil, tal como a E. Dehillerin (18-20, Rue de Coquillière) e a Mora, com equipamentos profissionais e um atendimento chatinho (13, Rue Monmartre). Antes de fechar a mala, passe na Livraria Gourmande (96, Rue Monmartre), exclusiva para livros de culinária. E o melhor: eles adoram brasileiros por lá!

Região de Quartier Latin, St- Germain,Montparnasse


A Rue de Moufettard é uma Disneyland de sabores

Aqui, não proliferam as lojas e boutiques, porém, fica a rua mais bacana de se passear em um sábado, a Rue de Moufettard. Recomendo muito! Comece perto do Parthenon e vá descendo curtindo vinhos, chocolates, sorvetes, crepes, queijos e conclua na feirinha.

Se tiver fôlego, passe na padaria Au pain Levain. Sugiro almoçar na La Truferie – a melhor relação custo-benefício em pratos com trufas – seguida de uma degustação de Chá na Maison des Trois Thés. Faça reserva pois é concorrido e descubra porque grifam Chá com C maiúsculo. O sorvete mais famoso e, de certa forma, símbolo de Paris, está no Berthillon (31, Rue St-Louis en Ille).

Se você ama azeites, confira a Huilerie Artisanale, com todas as garrafas da família Leblanc (6, Rue Jacob). Queijos? Dirija-se até a La Fermedes Arènes (60, Rue Du Monge). E cuidado para não passar distraído pelo papa dos chocolates, Pierre Hermé, pois sua loja parece uma joalheria (72, Rue Bonaparte). Com tempo de sobra, inclua no roteiro a boulangerie Poilane (8, Rue du Cherch-Midi) e o Debauve et Gallais (30, Rue dês Sts-Peres).

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um prêmio literário com muitos sabores

Brasileiro não lê? Se não lê, está devorando livros!



Existe essa frase antiga e muito repetida de que "brasileiro não lê, não compra livros”. Se você ainda acredita nisso, está na hora de rever seus conceitos.

Infelizmente ainda não estamos em um bom patamar, já que o número de livros vem crescendo no Brasil devido, sobretudo, a monumentais compras de materiais didáticos feitas pelo governo. Por isso, acredito que precisaremos esperar algum tempo até nos igualarmos aos grandes consumidores literários, como os Estados Unidos (o americano consome, em média, quatro livros ao ano, enquanto o brasileiro apenas 1,8).

Mas então, há algo para se comemorar? Certamente, pois não só as vendas em livrarias aumentam 8,3% ao ano como também a qualidade das edições vem atingindo níveis gráficos de excelência, e conteúdos nacionais têm alcançado destaques no exterior. Mas, para ficar em um só exemplo, apenas no segmento dos livros de gastronomia, o crescimento de finalistas brasileiros no prestigiadíssimo Gourmand Awards Cookbook cresceu no ano passado de seis para 11 finalistas, ou seja, praticamente dobrou em relação a 2010, repercutindo essa explosão de vendas que se observa nas livrarias brasileiras. E não se trata apenas de livros de culinária regional e receitas étnicas; são, no geral, livros que espelham cultura, técnicas e pesquisas, conferindo um destaque internacional digno de referência.

O Gourmand Awards Cookbook foi criado pelo francês Edouard Cointreau (da família do famoso licor) e tornou-se, depois de dezenas de edições anuais, uma espécie de "Oscar da Gastronomia Literária”. Ganhar um prêmio em uma das 36 categorias é uma distinção que pode fazer vender muito mais cópias do livro, facilitar o interesse por editoras para traduções em outros países e até abrir as portas para uma adaptação no cinema, por exemplo. E se só a indicação já vale propaganda, ganhar, então, é sensacional. E neste ano o que não nos falta é razão para torcida, já que temos oito editoras brasileiras concorrendo com outras do mundo inteiro em 11 categorias.

Em geral, em cada categoria disputam de quatro a cinco livros, escolhidos entre todos os milhares de inscritos. Para se ter uma ideia, no total foram enviadas mais seis mil obras, das quais apenas 283 foram selecionadas para a etapa final. O Brasil foi o país que mais cresceu entre os finalistas (85%), e a América Latina como um todo ainda alcançou o topo, desbancando os países europeus e asiáticos, tradicionais finalistas.

Neste dia 6 de março acontece em Paris a entrega dos prêmios finais, durante a Paris CookBook Fair, que reúne – em proporções menores – stands como da Bienal do Livro e da Feira de Frankfurt, para venda de direitos autorais e venda direta ao público; é um programa obrigatório para quem gosta de livros de gastronomia (e de Paris!).
Na lista do prêmio Gourmand, chama a atenção justamente o fato de a América Latina ser a região com o maior crescimento no número de obras finalistas: são 35 em 2012, contra 22 em 2011. Esse aumento fez com que a região ultrapassasse a França e os Estados Unidos, que têm, respectivamente, 34 e 29 livros na lista de concorrentes. Por isso dou razão ao texto da Gourmand Magazine, que afirmou que “a América Latina está se tornando líder mundial em qualidade no setor”.

Os vencedores da premiação serão anunciados no Theatre Folies Bergère, em Paris, no dia 6 de março, na noite de abertura oficial da Paris Cookbook Fair. Nesta edição do concurso, 283 finalistas competem por 79 prêmios, e o critério para definir os vencedores, segundo os organizadores, é a qualidade, e não as vendas.

Confira as dez obras brasileiras que estão entre as finalistas em diferentes categorias:

Categoria – Comida de rua:
Gastronomia de Rua 2011 (Arte Ensaio)



Se você é um leitor que acredita que comida boa, poesia e criatividade de rua podem se juntar para alimentar seu prazer, como o pão, a salsicha e a batata palha de um belo cachorro quente, este guia pode ser uma de suas bússolas.

O projeto, idealizado pela jornalista Inês Garçoni, o diretor de filmes Sérgio Bloch e o fotógrafo Marcos Pinto, teve início na produção do filme de curta metragem Na Boca do Povo, com os produtores e vendedores das mais saborosas e interessantes comidas de rua da Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro.

Com o filme pronto, o diretor Bloch convidou Inês e Pinto para fazerem os textos e as fotos do livro, a versão impressa do documentário. Livro e filme são vendidos juntos.

No guia, o cardápio variado escolhido pela turma é dividido (e servido) em 19 "quesitos”.

Há entre eles o melhor acarajé, o melhor picolé, a melhor empadinha, o melhor milho, a melhor tapioca, o melhor pão de queijo, o melhor cachorro quente, o melhor churrasquinho...

Categoria – Literatura culinária:
O Ganso Marisco e outros papos de cozinha (Melhoramentos)




O que os astros de Hollywood comiam anos atrás? Que tipos de temperos, ingredientes e pratos foram servidos no fatídico último jantar do Titanic? Essas e outras histórias curiosas sobre a nossa comida podem ser conferidas de forma muito bem-humorada na obra de Breno Lerner.

O autor, que não se intitula um cozinheiro, apenas um contador de histórias que aprendeu a cozinhar para melhor ilustrá-las, apresenta uma obra primorosa com 36 contos, desvendados de forma agradável e divertida, permitindo ao leitor conhecer e entender um pouco melhor o que se come e por quê. Ainda que não se proponha ao rigor científico, a obra possui riquezas de detalhes adquiridos por meio de muita pesquisa ao longo de 15 anos, das viagens de Breno pelo mundo e de sua paixão pela culinária. E, embora não seja um livro de receitas, Lerner oferece algumas exclusivas, dignas dos deuses.

Categoria – Sobremesas:
Confeitaria nacional (LMA)



O autor e chef Luiz Farias, com mais de 30 anos de experiência profissional, premiado mundialmente e autor de vários livros do ramo, é também profundo conhecedor do mundo foodservice e especialista em pâtisserie.

Este é um livro com receitas artesanais da confeitaria nacional, dividido em sete módulos, em que o chef resgata as receitas tradicionais encontradas nas melhores padarias e confeitarias do País, já aprovadas pela cultura gastronômica brasileira.

Bolos e doces tradicionais, tortas crocantes, bolos para café e chá, deliciosos petit fours e, como não poderia faltar, as grandes tendências da confeitaria moderna – tudo está ali, ilustrado com belíssimas fotos de página inteira.

Categoria – Corporativo:
Sabores brasileiros (Tramontina – Boccato)



A obra coordenada pelo editor André Boccato apresenta a gastronomia brasileira como ela é, com toda sua complexidade, diversidade e beleza de ingredientes e tradições vindas dos povos indígenas, africanos e europeus. Todos os textos aparecem também em uma versão em inglês.

Com a colaboração de Luiz Fernando Veríssimo, Ignácio de Loyola Brandão, Siron Franco, Ana Rita das Dantas Suassuna, Thiago de Mello e Ana Cecília Mazzilli, o livro foi desenvolvido em celebração de 100 anos da Tramontina.

Reunindo culturas e características da culinária local de cada região do Brasil, é composto por lindas fotos e 41 receitas típicas de todas as regiões (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte), que te levarão a um pedaço do mundo dos sentidos da gastronomia brasileira.

Categoria – Vegetariano:
A cozinha vegetariana de Astrid Pfeiffer (Alaúde)



A Cozinha vegetariana de Astrid Pfeiffer traz 60 receitas veganas para tornar a sua mesa mais leve e saudável.

Preparados com ingredientes naturais e integrais, os pratos são rápidos e fáceis de fazer. Se você é ou tem algum amigo ou parente vegetariano, ou come carne, mas quer melhorar a qualidade de sua alimentação, este livro é um ótimo começo.

Todos os pratos vêm com uma tabela de nutrientes fácil de consultar, nenhuma receita contém lactose, e 80% delas não contêm glúten.

Categoria – América Latina:
Gourmet e sustentável (CookLovers)



O livro Gourmet & Sustentável: cozinhando com as partes não convencionais dos alimentos, é fruto do trabalho desenvolvido pela ONG Banco de Alimentos, que é protagonista na luta contra o desperdício de alimentos e a insegurança alimentar desde 1998, com ações de educação e cidadania.

Ao longo dos dez primeiros anos, a ONG Banco de Alimentos arrecadou e distribuiu mais de 3,5 mil toneladas de comida, garantindo que alimentos que seriam desperdiçados chegassem a um grande número de pessoas necessitadas. Esta obra é a união de receitas criativas e saborosas, com o objetivo de incentivar a prática da gastronomia sustentável em preparações gourmets diversificadas, contribuindo para a mudança de cultura no preparo e na utilização dos alimentos.

Categoria – Tradução (livros de vinhos e bebidas):
210 coquetéis essenciais (Melhoramentos)



Aqui, 210 gloriosos coquetéis que hoje têm status de essenciais estão ao seu alcance. Este livro contempla dosagens, acessórios e copos apropriados, tornando possível aprender sobre o universo das bebidas por meio de receitas com belas fotos coloridas.

Os capítulos são divididos por tipos de coquetéis: clássicos, retrô, na moda, extravagantes, decadentes e, ainda, opções não alcoólicas. Gostou, provou e exagerou? A obra oferece também sugestões para curar a ressaca, como receitas e tipos de alimentos indicados.

Categoria – Destilados:
A verdadeira história da cachaça (Sá Editora)



Neste livro, o autor tenta encontrar respostas para mitos sobre as origens da cachaça, indo às principais fontes historiográficas, mas também à cultura popular e ao folclore, conseguindo montar uma visão singular e muito própria sobre a bebida, que, segundo ele, forma, junto com o carnaval e o futebol, um tripé cultural em nosso país.

Messias Cavalcante, como um dos maiores conhecedores nacionais do assunto, oferece aqui uma leitura envolvente e sensível, recontando através da cachaça também a história de pioneiros e colonizadores e de todo um povo.

Categoria – Educação sobre vinhos:
Conheça vinhos (SENAC)



A paixão e o conhecimento por essa milenar bebida são o ponto de partida para essa viagem digna de Baco. Com um texto despretensioso e simples, os autores apresentam detalhadas e ricas informações sobre o mundo dos vinhos.

A jornada se inicia com uma rápida passagem pela história, para mergulhar logo depois na fermentação, um fenômeno básico (e quase mágico) que permite transformar as uvas em vinho. Depois, faz uma longa parada pelo universo das videiras, discorre sobre seus diferentes tipos, suas formas de cultivo e as variedades mais importantes, assim como as características de aroma e sabor que transmitem aos seus vinhos.

Dedica-se também aos segredos de uma adega, do bom serviço e dos principais vinhedos do planeta e os goles que surgem deles, com bastante foco na vitivinicultura nacional, que está em pleno crescimento, tanto explorando novos terrenos como alcançando patamares superiores de qualidade na produção.


Categoria – Fotografia:
Saveurs du Brésil (Studio SC – Olo Editions)


O primeiro livro de Sergio Coimbra não tem título, introduzindo a ideia principal logo na capa: as fotos são a expressão máxima desta obra! A narrativa assume forma quando o fotógrafo embarca em uma aventura gustativa e sensorial, em que vive, prova e captura a alma dos pratos, as ideias dos chefs e suas motivações. Coimbra observa a genialidade, a paixão dos grandes profissionais da cozinha nacional e internacional e as mensagens implícitas em suas composições culinárias. O livro é composto de uma narrativa fotográfica, em que dois volumes, ambos com 127 páginas, podem ser abertos simultaneamente, formando duetos ou quartetos de imagens.

A obra, que contém a introdução em inglês da chef e jornalista Luciana Bianchi, foi produzido em uma série limitada de mil exemplares numerados, sem distribuição comercial, enviada a chefs e profissionais que dedicam suas vidas à arte culinária e à gastronomia nacional e internacional (www.studiosc.com.br).

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Estou feliz e sei! (ás vezes a gente só sabe depois...) é que hoje começo a escrever diariamente sobre essa coisa maravilhosa a que se chama gastronomia, mas pode-se chamar de comida, sabores, lembranças, sensações, enfim, prazer de viver! Chamam isso de Blog, voilá, estamos blogados e espero que comentem para gente ir acertando nos temperos!

Eu fui alfabetizado lendo o Estadão, nos idos tempos do Suplemento Literário, então nada mais natural que ser um fã, hoje, do Caderno Paladar.

Nessa quinta feira 09/02 o Paladar do Estadão trás como matéria principal a idéia do “Chips” não de computador, mas de jiló, batata, tomate, frutas...

Enfim, um monte de idéias para laminar vegetais, carnes e frutas em técnicas de frituras ou secagem em forno (desidratação). Como sempre referenciando as técnicas com a utilização por grandes chefs a matéria é divertida e instigante, dá vontade de sair fazendo.

Senti falta apenas de uma pesquisa sobre “desidratadores”, pois existe no mercado vários tipos para quem quer fazer em escala semi-profissional, por exemplo: www.guiavegano.com.br/vegan/desidratadores/desidratadores-2

As seções continuam maravilhosas, em especial a matéria do Luis Horta sobre vinhos do Canadá (muito pouco conhecido entre nós) e a coluna do Dias Lopes sobre a culinária africana e sua influência no Brasil, um mito em muitas situações, o Dias é um mestre e nos ensina a crescer culturalmente, não basta treinar os sentidos, à que se entender a raiz, as origens...

Prá quem mora em São Paulo (ou vem em visita) a coluna do Luiz Américo trás o tema da semana, o Tapas Week, com as sugestões visitadas dos restaurantes Arola Vintetres, Brazero Amatxu e do Eñe (meu preferido espanhol).

Enfim, quem não assina deveria comprar o Estadão de hoje (e olha que não ganhamos nada prá falar isso!). Mas prometo também comentar o caderno da Folha de São Paulo que está igualmente de muita boa qualidade editorial. (a idéia de comentar os cadernos é uma sugestão dos internautas da Cooklovers).

Amanha publicaremos um texto longo sobre o Brasil no Gourmand Awards Cookbook.

Acesse o Portal Confraria Cooklovers: http://www.confrariacooklovers.com.br